Com a chegada das festas de fim de ano, o mercado alimentício brasileiro ganha um impulso significativo, especialmente com a alta demanda por produtos sazonais como panetones, doces e outras delícias natalinas. Para novos empreendedores, esse período é uma janela de oportunidades que coincide com o aumento do consumo e o clima festivo, além da Black Friday, que também incentiva as vendas.
Muitos estão aproveitando o momento para investir no ramo da gastronomia, criando produtos artesanais e personalizados para conquistar os consumidores. Segundo pesquisa recente realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP), as vendas de alimentos específicos para as festas de Natal e Ano Novo podem crescer até 40% em relação ao resto do ano.
Esse crescimento é impulsionado tanto pelos grandes players do mercado quanto pelos pequenos empreendedores, que enxergam nas festas de fim de ano uma chance para aumentar a renda ou até começar um novo negócio. A internet tem sido uma grande aliada nessa jornada, facilitando a venda de produtos caseiros através das redes sociais e plataformas de e-commerce.
Um exemplo claro desse movimento é o Instituto Gourmet, que registrou um aumento de 55% na procura por cursos de gastronomia desde o início de outubro, especialmente nas áreas de panificação e confeitaria.
“Muitas pessoas têm se inscrito em cursos de panetone e confeitaria para aproveitar a demanda sazonal, especialmente novos empreendedores que estão apostando nas vendas para o Natal e Ano Novo”, afirma o representante e CEO do Instituto Gourmet, Glaucio Athayde.
O Instituto Gourmet oferece uma estrutura diferenciada, com cozinhas que imitam o ambiente doméstico, auxiliando os alunos a replicarem as receitas em suas próprias casas, além de orientações sobre produção em escala e estratégias de vendas. As tendências de panetone para este ano também seguem o caminho da personalização e inovação. Entre os sabores que mais se destacam estão os panetones trufados, recheados com brigadeiro, doce de leite e até mesmo sabores mais ousados como café e pistache. Na confeitaria, os doces decorados com temas natalinos, biscoitos amanteigados com glacê e cupcakes personalizados são os queridinhos dos consumidores. “O público está buscando cada vez mais opções criativas e artesanais, que se destaquem pela qualidade e exclusividade,” aponta Glaucio Athayde.
O crescimento no setor alimentício durante as festas não é homogêneo em todo o Brasil, com alguns estados liderando a demanda. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro estão no topo da lista, impulsionados por grandes centros urbanos e pelo poder de consumo elevado nessas regiões. Porém, estados do Nordeste, como Bahia e Ceará, também mostram um aumento expressivo, especialmente em produtos que respeitam a regionalidade.
“O respeito às tradições locais é crucial para quem quer se destacar nesse mercado. Não adianta tentar vender um produto gourmetizado que não tem conexão com os sabores típicos daquela região. O consumidor busca uma experiência que mescla a tradição com a inovação,” ressalta o especialista.
A regionalidade influencia diretamente na produção e aceitação dos produtos. No Sul, por exemplo, os doces que levam nozes e frutas secas têm grande saída, enquanto no Nordeste, ingredientes como coco, castanha-de-caju e sabores mais tropicais são os preferidos.
Segundo a pesquisa da ABIP, 70% dos pequenos empreendedores utilizam redes sociais para alavancar suas vendas de fim de ano, o que possibilita alcançar um público maior e fidelizar clientes. Para quem está pensando em empreender no setor alimentício, as festas de fim de ano são uma oportunidade para investir em produtos que unam qualidade, criatividade e conexão com o público local.
As plataformas digitais, aliadas a uma boa estratégia de marketing e a busca constante por aprimoramento, são os ingredientes certos para garantir o sucesso nas vendas e fidelizar clientes. Com as festas de Natal e Ano Novo impulsionando o mercado, a expectativa é de um fim de ano doce e próspero para muitos novos empreendedores.
Matéria publicada no site Mirian Gasparin.
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