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Por que a gastronomia afro-brasileira é tão rica
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A gastronomia afro-brasileira é um dos maiores patrimônios culturais do país. Ela nasceu do encontro entre os saberes e temperos trazidos pelos povos africanos e os ingredientes nativos do Brasil, formando uma cozinha vibrante, cheia de identidade e história.

Mesmo sendo base de grande parte da culinária nacional, essa gastronomia ainda luta por reconhecimento e espaço nas mesas, nas escolas e nos restaurantes brasileiros.

Raízes e influência africana na formação da culinária brasileira

A presença africana na cozinha do Brasil é profunda e essencial. Muitos dos pratos mais amados do país — como o acarajé, vatapá, caruru, feijoada, xinxim de galinha e angu — nasceram a partir das tradições trazidas por mulheres negras escravizadas que cozinhavam nas casas-grandes, adaptando suas técnicas e temperos aos ingredientes locais.

Foram elas que introduziram o uso de:
• Dendê (óleo de palma), essencial em pratos baianos.
• Quiabo, inhame e banana-da-terra, base de inúmeros preparos regionais.
• Ervas aromáticas e pimentas, que trouxeram intensidade e complexidade aos sabores.
• Técnicas de moqueca, fritura e cozidos, que moldaram o perfil da culinária brasileira.
Essas influências estão presentes do Norte ao Sul do país — muitas vezes sem que se reconheça sua origem africana.

Uma riqueza cultural e simbólica
A comida afro-brasileira não é apenas alimento, mas expressão de resistência, fé e ancestralidade. Muitos pratos estão ligados ao candomblé e à religiosidade afro, em que a comida tem papel espiritual, sendo preparada e servida como oferenda, celebração ou cura.

É uma gastronomia que carrega significado, história e conexão entre corpo, terra e comunidade.

Por que ainda é pouco valorizada

Apesar de sua importância, a gastronomia afro-brasileira ainda sofre com invisibilidade histórica e social. Entre os principais motivos estão:
• Falta de reconhecimento acadêmico e institucional: poucas escolas e cursos de gastronomia incluem a cozinha afro-brasileira em seus currículos formais.
• Racismo estrutural: a contribuição dos povos africanos na formação da cultura brasileira foi por muito tempo silenciada.
• Estereótipos e elitização da culinária: a cozinha de matriz africana é frequentemente vista como “popular” ou “doméstica”, e não como alta gastronomia.
• Baixa representatividade profissional: ainda há poucos chefs negros ocupando espaços de destaque midiático ou acadêmico.

Nos últimos anos, cresce o movimento de valorização da culinária afro-brasileira, impulsionado por chefs e empreendedores negros que estão reconstruindo essa narrativa.

Entre eles, nomes como Bel Coelho, João Diamante, Mônica Santos, Edson Leite e Bárbara Andrade têm usado a gastronomia como forma de resgate cultural e inclusão.
Além disso, festivais, projetos sociais e restaurantes temáticos vêm abrindo espaço para o público redescobrir sabores ancestrais e conhecer as histórias por trás de cada prato.

Além do valor histórico, essa culinária é uma fonte de inovação e diferenciação de mercado. Ingredientes como dendê, maxixe, taioba, quiabo e banana-da-terra estão ganhando espaço em cardápios contemporâneos, sendo reinterpretados por chefs e confeitarias criativas. Valorizar essa cozinha é mais do que uma tendência: é reconhecer a base da identidade gastronômica do Brasil.

No Instituto Gourmet, acreditamos que conhecer as origens e respeitar as tradições é essencial para formar profissionais completos. Matricule-se e descubra como a história da gastronomia afro-brasileira pode inspirar sua trajetória e o seu negócio!

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